GESTÃO DE RISCO e o PAPEL DO CONSELHEIRO

O que é gestão de risco?

É o processo de identificar e avaliar os riscos que podem afetar os objetivos da organização e consequentemente o sucesso. Isso envolve a identificação de ameaças potenciais e as oportunidades que podem surgir e a avaliação do impacto gerado, deste modo, implementar estratégias para mitigar ou se possível, findar os riscos. O objetivo é proteger os ativos da empresa, garantir a continuidade dos negócios e tomar decisões corretas e assim, alcançar as metas planejadas de forma mais eficaz e segura.

 

Riscos organizacionais

A gestão de riscos pode abranger alguns tópicos, tais como:

Riscos financeiros – normalmente são considerados os riscos de fluxo de caixa, contabilidade, situação fiscal e tributária. Também podemos mencionar os riscos de crédito, juros nacionais e internacionais e o câmbio.

Riscos operacionais – são aqueles que surgem na otimização contínua dos custos, riscos na eficiência e rentabilidade e riscos no alinhamento à estratégia empresarial. Também os causados por fraudes, condutas antiéticas e baixa aderência as regras.

Riscos estratégicos – são ameaças ou incertezas que podem afetar a capacidade de uma organização de alcançar os seus objetivos de longo prazo. Eles estão relacionados à estratégia da empresa e podem incluir fatores como mudanças no mercado, concorrência, regulamentações, transformações tecnológicas, eventos geopolíticos e outros fatores que podem impactar a direção e o sucesso da organização.

Riscos regulatórios ou de conformidade – referem-se ao conjunto de ameaças e desafios que uma organização enfrenta devido ao não cumprimento das leis, regulamentos, normas e padrões relevantes em suas operações. Podemos incluir as leis trabalhistas, regulamentações ambientais, regulamentações de privacidade de dados, normas contábeis, entre outras obrigações legais e regulatórias. Tais riscos podem resultar em penalidades financeiras, danos à reputação da empresa e litígios e demais consequências negativas.

 

 Existem os riscos globais

Existem também os riscos globais que muito podem afetar a saúde da empresa e a sua perpetuidade. Estes são ameaças que têm impacto significativo em nível internacional e que podem afetar as operações, estratégias e resultados financeiros da organização. Esses riscos estão relacionados a eventos e tendências em uma escala global. Estão incluídos:

Riscos geopolíticos – conflitos internacionais, instabilidade política, sanções comerciais e mudanças nas relações internacionais que afetam o comércio e a segurança.

Riscos econômicos – recessões globais, flutuações cambiais, crises financeiras e volatilidade nos mercados de capitais.

Riscos dos suprimentos – interrupções nas redes de abastecimento de suprimentos devido a desastres naturais, pandemias, o que pode gerar problemas logísticos ou mudanças nas políticas comerciais.

Riscos tecnológicos – ciberataques, segurança de dados e descontinuação tecnológica que podem afetar a inovação e a segurança da informação.

Riscos ambientais – mudanças climáticas, desastres naturais e regulamentações ambientais que podem impactar nas operações e a sustentabilidade da organização.

Riscos de saúde pública – pandemias, entre outros, que podem afetar drasticamente a força de trabalho e a demanda do consumidor que afeta negativamente o resultado.

Riscos sociais – temas ligados aos direitos humanos e a ética nos negócios que afetam os stakeholders.

Todos os tipos de riscos precisam ser avaliados e mitigados, assim como, pode haver necessidade de adaptações no planejamento estratégico e no modelo de gestão de riscos. A avaliação deve ser observada de forma oportuna e com resiliência para que haja a continuidade da operação da empresa.

 

O conselheiro consultivo e os riscos

 Havendo riscos, o conselheiro consultivo deve sempre agir de forma proativa e responsável. Deve sugerir as atitudes a serem tomadas, não se deixando levar pelas emoções, não procrastinando e nem sendo otimista ou pessimista em excesso, deve manter o realismo positivo. Para isso é necessário se imbuir de informações precisas e conhecimento sobre o tema. Deste modo, se faz necessário estar atento aos seguintes itens:

Informação e conscientização – precisa estar bem-informado sobre os riscos, seja financeiro, legal, operacional ou reputacional.

Avaliação de riscos – auxiliar a gestão na identificação, avaliação e priorização dos riscos.

Tomada de decisões – buscar informações consistentes antes de sugerir decisões relacionadas aos riscos, considerando o impacto que pode causar as partes interessadas, nas regulamentações e nos objetivos da empresa.

Definição de políticas e diretrizes – orientar os executivos no estabelecimento de políticas e diretrizes relacionadas à gestão de riscos.

Monitoramento – acompanhar regularmente os riscos, por meio de relatórios regulares apresentados ao conselho.

Recomendação de mitigação – recomendar a mitigação dos riscos, por meio de estratégias de redução, transferência, aceitação ou prevenção de riscos.

Cumprimento das regulamentações – recomendar e acompanhar as regulamentações que regem a empresa para que esta esteja em conformidade.

Comunicação transparente – recomendar a manutenção da transparência nas comunicações aos stakeholders sobre os riscos e as medidas tomadas para gerenciá-los.

Indicação de treinamento – conscientizar a gestão para que haja capacitação dos colaboradores em caso de riscos.

Agir de forma ética e legal – agir de maneira ética e dentro da legalidade ao abordar questões de risco.

Resumidamente, o conselheiro consultivo precisa estar atento a todos os ângulos de visão, se utilizando de sagacidade para avaliar os riscos e suas implicações, mantendo escuta atenta e vestindo a camisa da empresa na busca de bons resultados.

 

5 de novembro de 2024
Todos os direitos reservados por © Soraia Luana Reis