
Cenário Econômico e Tarifas Internacionais
As empresas brasileiras familiares que exportam os seus produtos, neste cenário atual, enfrentam impactos diretos e, deste modo, precisam se ajustar a políticas de comércio protecionistas e apoio governamental incipiente.
- As recentes tarifas de 50 % dos EUA sobre produtos brasileiros, como suco de laranja, carne bovina e café, estão pressionando exportadores familiares, especialmente no agronegócio.
- O governo federal está elaborando medidas de apoio, como linhas de crédito e prorrogação de tributos, para empresas afetadas — sem, no entanto, oferecer isenções fiscais.
- Em paralelo, há um processo formal para avaliar possíveis retaliações contra os EUA e o uso da lei de reciprocidade. Processo este que pode ou não agravar mais a crise.Transformação Digital e Inovação
Transformação Digital e Inovação
A digitalização ainda é lenta nas empresas familiares, exigindo investimento em cultura, estrutura e qualificação para acompanhar o mercado.
- Apenas 44 % das empresas familiares brasileiras estão integradas ao mundo digital, versus 56 % globalmente. Além disso, apenas 30 % estão preparadas para ciberataques.
- Segundo diagnóstico, apenas 15 % tinham avançado na jornada digital em 2021.
- Os principais obstáculos incluem cultura conservadora, falta de estrutura, resistência à mudança, ausência de equipe dedicada e altos investimentos necessários.
Governança, Sucessão e Profissionalização
Fortalecer governança e planejamento sucessório é fundamental para garantir a continuidade e evitar conflitos familiares.
- Apenas 19 % das empresas possuem um plano de sucessão estruturado e comunicado adequadamente, apesar de seu papel crítico na longevidade dos negócios.
- A transição entre gerações continua desafiadora, apenas 36 % sobrevivem à segunda geração, e esse número cai acentuadamente nas seguintes gerações.
- A falta de governança familiar costuma levar a conflitos. Isto ameaça 70 % das empresas sem estruturas adequadas.
- Soluções necessárias: protocolos familiares, conselhos consultivos, acordos societários e governança institucionalizada.
Sustentabilidade e ESG
Há uma lacuna significativa em ESG nas empresas familiares; atuar nesse campo pode trazer reputação, atração de talentos e diferencial competitivo.
- A maioria (84 %) das empresas familiares não possui estratégia clara de ESG, apenas 16 % se consideram avançadas no tema.
- Quase 20 % não priorizam reduzir a pegada de carbono, e muitos não comunicam seu propósito ou práticas internas.
- No agronegócio, 55 % das empresas familiares ainda não possuem um planejamento sucessório estruturado, o que também compromete sustentabilidade e impacto social.
Resiliência e Otimismo
Para finalizar, encontra-se alta autoconfiança, muitas empresas planejam crescer por meio de financiamento, aquisições e diversificação.
- A despeito da pressão econômica, 79 % das empresas familiares brasileiras esperam crescer nos próximos cinco anos.
- Suas estratégias incluem: buscar financiamento externo (93 % das que esperam crescer 10 %+) e diversificar (comprar outras empresas, investir em novos setores e expandir internacionalmente).
O otimismo e autoconfiança é de extrema necessidade, porém, sem estratégias adequadas, governança, processo de sucessão e profissionalismo, o resultado pode terminar em vontade apenas. Ter profissionais adequados orientando, processos bem equacionados mitigando riscos e uma estratégia condizente com a saúde financeira e maturidade da empresa é que levará a organização ao sucesso e a conquista de sustentabilidade.
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